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Produtividade de soja no Estado fica abaixo do custo da safra

Publicada em: 03/04/2025 08:03 - Famosos

O Mato Grosso do Sul é o segundo estado com a maior perda de produtividade em função do clima na safra 2024/2025, indica o Rally da Safra, promovido pela empresa de consultoria Agroconsult.

Puxada pela estiagem na região sul do Estado – em municípios como Amambai, Douradina, Glória de Dourados, entre outros –, a média de produtividade em MS foi de 51,1 sacas por hectare (sc/ha). Enquanto isso, o custo de produção, também aferido pela mesma consultoria, foi de 51,7 sacas/hectare. 

Os números mostram que, em uma média, a produção de soja no Estado não pagou o seu custo. Os números divulgados pelo Rally da Safra, porém, mostram que, em Mato Grosso do Sul, as perdas foram concentradas na região sul.   

Em Douradina, por exemplo, a produtividade média foi de 19,33 sacas/hectare, praticamente uma quebra de safra. No nordeste do Estado, contudo, a produção foi excepcional. No município de Cassilândia, a produção de soja foi de 83,66 sacas/hectare, e em Alcinópolis, de 82,06 sacas/hectare. 

No município de Campo Grande a produtividade ficou levemente acima da média - 69,23 sacas/hectare. Em Sidrolândia, a produtividade média alcançou 51,5 sacas/hectare, enquanto a vizinha Maracaju (77,69 sacas/hectare) foi um dos municípios com produtividade acima da média, o que indica que a má distribuição das chuvas levou cidades vizinhas a ter uma produção díspar.

O Rio Grande do Sul foi a unidade da Federação mais afetado pela estiagem, tendo uma produção de 37,5 sacas/hectare. Goiás teve a maior produtividade do País - 68 sacas/hectare.

Conforme o relatório publicado pela consultoria, a diferença na produção entre os Estados brasileiros em março superou os 12,5 milhões de toneladas, em comparação a janeiro.

Estados como Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Paraná e a região do Mapito (parte do Maranhão, do Piauí e de Tocantins) acrescentaram 6,1 milhões de toneladas à projeção de janeiro, enquanto Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina retiraram 6,4 milhões de toneladas.

Mais de 1,6 mil lavouras de soja foram avaliadas pelo Rally durante as fases de desenvolvimento e colheita desde 12 de janeiro, nos Estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. As áreas avaliadas responderam por 97% da área de produção de soja e 72% da área de milho. 

REVISÃO DE CÁLCULOS  

Segundo o Boletim Casa Rural, divulgado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), com dados da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) e do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga-MS), havia atingido , até 21 de março, a colheita do 86,6% dos 4,501 milhões de hectares plantados.

A região sul está com a colheita mais avançada, com média de 89,8%, enquanto a central está com 85,4%. Já a região norte tem 75,2% de média. 

A área colhida até o momento, conforme estimativa do Siga-MS, é de aproximadamente 3,898 milhões de hectares. 

Em 395 levantamentos de produtividade realizados pelo Siga-MS, apenas 30 dos 79 municípios do Estado registram produtividade acima da média, liderado por Cassilândia (83,66 sacas/hectare) e Alcinópolis (82,06 sacas/hectare). 

As piores produtividades ficaram para os municípios de Douradina (19,33 sacas/hectare) Glória de Dourados (20 sacas/hectare),

Municípios tradicionalmente produtivos, como Sidrolândia e Ponta Porã registraram quedas significativas, com 51,5 sacas/hectare (no caso de Sidrolândia) e 49,08 sacas/hectare. Tanto a área quanto a produtividade e a produção final ainda serão confirmadas, pois, de acordo com o Siga-MS, o Estado está apenas no início da amostragem. 

ÁREAS RUIM E REGULAR SÃO A MAIORIA  

Com base na avaliação semanal, cerca de 2,280 milhões de hectares estão afetados pelo estresse hídrico, representando 51% da área total.   

As lavouras mais atingidas são aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro. Entre dezembro e janeiro, houve uma redução drástica nas precipitações, especialmente em janeiro – mês crucial para a cultura da soja no Estado, por geralmente concentrar o período de enchimento dos grãos.   

A porcentagem de colheita está 3,9 pontos porcentuais abaixo da média dos últimos cinco anos. 

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