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O Vírus da Verdade

Publicada em: 24/07/2025 08:21 - Politica e Economia

 

No coração do sistema, um código adormecido despertou. Não era arma, mas espelho. Programado não para destruir, mas para revelar. 

Nanobots invisíveis infiltraram os servidores do capital — bancos, bolsas, algoritmos de especulação. Eles não explodiram, não sabotaram. Apenas traduziram tudo para a linguagem mais antiga: a fome, a dor, o suor dos invisíveis.  

 

A cada transação, o vírus sussurrava: *"Veja quem paga o preço que você não vê". As telas dos traders começaram a mostrar não números, mas rostos — crianças nas minas de cobalto, mães nos entrepostos, florestas em chamas. Os algoritmos de compra e venda degeneraram em perguntas: "Quem você fere para lucrar? Quanto sangue cabe em um saldo bancário?".  

 

O mercado não caiu. Ele enjoou. As massas, hipnotizadas pela ilusão de progresso, acordaram diante da equação simples: acúmulo = extinção.  

 

O vírus não tinha cura. Sua replicação era a consciência. E cada pessoa que enxergava o engano tornava-se vetor — espalhando a mutação pela rede, até que o próprio conceito de "propriedade" desmoronou, como um castelo de dados.  

 

Capitalismo não morreu. Ele foi desfeito, átomo por átomo, pela única força que ele nunca soube prever: a verdade, incrustada na carne da máquina.  

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