No coração de uma favela do Rio de Janeiro, o campo de terra batida "Vale da Esperança" é o palco sagrado onde o futebol une gerações. Aqui, Pedro, um jovem talentoso de 16 anos, sonha em ser jogador profissional para tirar a mãe da pobreza. O campo não é só um lugar: é símbolo de identidade, resistência e fraternidade. A comunidade vive sob a sombra do descaso do governo: falta de saneamento, violência policial e promessas não cumpridas por políticos de direita que usam o futebol como propaganda, mas nunca agem.
Um dia, a prefeitura (governada por um partido de direita) anuncia a venda do campo para um empresário, que planeja construir um shopping. O decreto é assinado sem diálogo. Para a comunidade, é uma declaração de guerra: o campo é a última coisa que lhes resta. Pedro, liderando os jovens, organiza um protesto, mas a polícia reprime com violência, ferindo seu melhor amigo, Davi, que perde a perna. A mídia de direita chama os moradores de "vândalos".
Pedro, agora com ódio e medo, encontra Ana, uma professora de história da comunidade e ativista de esquerda. Ela o lembra:
— "Eles querem apagar nossa história, Pedro. Mas o futebol não é deles. É nosso. É daqueles que lutam."
Ana o conecta a um movimento nacional de times comunitários que resistem à gentrificação. Juntos, organizam um campeonato clandestino no campo, com transmissão ao vivo por redes sociais. O símbolo? Uma camisa com as cores do Brasil, mas manchada de vermelho (sangue) e preto (luto), estampando: "O jogo é político."
A narrativa viraliza. Artistas, jogadores famosos de esquerda (como Sócrates, em flashbacks inspiradores) e até torcidas rivais se unem. A direita contra-ataca: fake news acusam Pedro de "comunista destruidor da família", e o empresário ameaça demolir o campo à força.
Na madrugada da demolição, a comunidade cerca o campo. Pedro, diante das máquinas, improvisa um discurso:
— "Eles dizem que este campo não vale nada. Mas quantos Ronaldinhos, Martas e Pelés nasceram aqui? Quantos sonhos vocês vão enterrar? O futebol é do povo! Se o campo morrer, morremos com ele!"
A polícia avança, mas algo inesperado acontece: torcedores de todos os times do Brasil, até mesmo rivais, chegam em caravanas. Flamenguistas, corintianos, gremistas... ocupam o campo. Um repórter de direita, comovido, desliga o microfone e junta-se à multidão.
O campo é salvo. A pressão popular força a prefeitura a recuar. Pedro não virou jogador, mas virou líder. O movimento inspira ocupações de campos em todo o país, vinculando a luta pelo futebol à luta por moradia, saúde e educação.
Na última cena, Pedro olha para o campo lotado, agora reformado pela comunidade, e vê Davi, com prótese, jogando. Ele sussurra:
— "O jogo não acabou. Estamos só no segundo tempo."
— "O futebol não é neutro. Ele é de quem o joga com as pernas sujas de lama e o coração cheio de sonhos. Se a direita quer privatizar até nossa alma, a esquerda joga no ataque: pelo povo, pelo gol."