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Raízes Renascidas

Publicada em: 01/04/2025 09:31 - Famosos

Dourados -  MS, 2023. Campos de soja se estendem sob um sol implacável, mas o solo está rachado e infértil. Ana, 30 anos, agrônoma, retorna após uma década estudando agricultura regenerativa na Europa. A fazenda da família, antes próspera, agora enfrenta dívidas e colheitas minguadas. 

O pai de Ana, Carlos, resiste às suas ideias, temendo falência. O conglomerado agroindustrial AgroForte oferece contratos para expandir a monocultura, prometendo lucro rápido, mas exigindo o uso intensivo de agrotóxicos. Ana testemunha uma tempestade de poeira engolindo o campo de um vizinho — símbolo do colapso do solo. 

Em uma reunião com agricultores, um jovem desmaia intoxicado por pesticidas. Ana declara: "Estamos matando a terra... e a nós mesmos." Ela promete encontrar um novo caminho, mas é ridicularizada: "Não se come ideais, moça." 

Ana inicia um projeto piloto em um terreno degradado, mesclando técnicas ancestrais dos Guarani-Kaiowá (aprendidas com Teresa, uma líder indígena) com agroecologia moderna. Cultiva adubos verdes, integra pastoreio rotativo e transforma resíduos agroindustriais em compostagem. Os primeiros resultados surgem: minhocas reaparecem, o solo se revitaliza. 

A AgroForte sabota seu projeto, espalhando boatos de que seus métodos "atraem pragas". Bancos ameaçam cobrar dívidas. Carlos quase assina um contrato com a AgroForte, mas Ana implora: "Me dê uma safra. Só uma." 

Uma enxurrada arrasta os solos dos vizinhos, mas o terreno de Ana resiste. Agricultores céticos começam a observá-la. Teresa compartilha um provérbio: "O rio afoga quem luta contra ele, mas carrega quem dança com sua correnteza." 

Ana articula uma coalizão — pequenos produtores, a comunidade de Teresa e pesquisadores da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Juntos, criam o Pacto de Dourados: zonas regenerativas com 30% de vegetação nativa, rotação de culturas (soja + mandioca + frutíferas) e um banco de sementes crioulas. 

A AgroForte processa a comunidade por "uso indevido da terra". No tribunal, Ana exibe dados: seu modelo aumenta lucros em 20% a longo prazo e reduz consumo de água. Um agricultor idoso testemunha: "Meu avô plantava aqui sem veneno. A Ana está fazendo isso possível de novo." 

O juiz favorece a comunidade. Carlos abraça Ana: "Sua mãe estaria orgulhosa." 

Cinco anos depois, Dourados exporta carne orgânica e frutos nativos (pequi, bocaiuva). Escolas servem merenda de hortas comunitárias. Ana treina novos agricultores sob a orientação de Teresa. A cena final mostra campos verdejantes, com gado pastando entre mangueiras, e a legenda: "Dourados, MS — 2028: Alimentando o Futuro, Curando o Passado."

Moral da história: Liderança agroindustrial não é sobre dominar a natureza, mas reenraizar práticas que nutrem a vida. Dourados, ao honrar seu passado agrícola e diversidade cultural, torna-se farol para um Brasil que alimenta sem explorar. O verdadeiro progresso agroindustrial surge quando comunidades harmonizam inovação e tradição, regenerando o solo e garantindo soberania alimentar por meio de ação coletiva e respeito à terra.  

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